“E,
sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em
carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido
no mundo e recebido acima, na glória” (1Tm 3.16)
Os estudiosos, quase
unanimemente, garantem que temos aqui um hino cantado pela igreja primitiva,
cujo objetivo é professar a sua confissão cristológica. Os cânticos celebravam
a Cristo e tinham por proposta a ênfase das letras deveria estar na explicação
das verdades teológicas fundamentais.
Paulo inicia o versículo
mencionando que esta crença lhes era comum, não existindo controvérsia alguma.
A expressão “homologoumenos” sugere exatamente isto pois, ao
invés de significar simplesmente “sem dúvida alguma” (ARC), ela denota
consentimento e reconhecimento geral. O culto da igreja primitiva era
cristocêntrico e, portanto, homogêneo. As verdades confessionais não estavam restritas
ao conhecimento de alguns poucos privilegiados intelectualmente, antes, eram
popularizadas através do louvor.
Cristo é o “grande
mistério da piedade”. Sua obra e seu ministério refletem perfeitamente a
submissão a Deus. Ele é o “mistério que
desde os tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora e se notificou
pelas Escrituras dos profetas” (Rm 16.25b-26a). Aos efésios, Paulo define
bem qual é sua intenção ao definir Cristo como mistério (cf. Ef 3.4-7). Cristo
é o salvador dos homens, inclusive dos gentios (Cl 1.26). Tal mistério fora
revelado agora e Paulo tinha a missão de torná-lo patente em cada lugar onde a
mensagem do Evangelho fosse pregada.